A tarde morria! Nas águas barrentas As sombras das margens deitavam-se longas; Na esguia atalaia das árvores secas Ouvia-se um triste chorar de arapongas.
A tarde morria! Dos ramos, das lascas, Das pedras, do líquen, das heras, dos cardos, As trevas rasteiras com o ventre por terra Saíam, quais negros, cruéis leopardos.
A tarde morria! Mas funda nas águas Lavava-se a galha do escuro ingazeiro… Ao fresco arrepio dos ventos cortantes Em músico estalo rangia o coqueiro.
Sussurro profundo! Marulho gigante! Talvez um — silêncio!… Talvez uma — orquestra… Da folha, do cálix, das asas, do inseto… Do átomo — à estrela… do verme — à floresta!…
As garças metiam o bico vermelho Por baixo das asas, — da brisa ao açoite—; E a terra na vaga de azul do infinito Cobria a cabeça co’as penas da noite!
Somente por vezes, dos jungles das bordas Dos golfos enormes, daquela paragem, Erguia a cabeça surpreso, inquieto, Coberto de limos — um touro selvagem.
Então as marrecas, em torno boiando, O vôo encurvavam medrosas, à toa… E o tímido bando pedindo outras praias Passava gritando por sobre a canoa!…
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