quinta-feira, 11 de setembro de 2008

poesia

VOLÚPIA - Florbela Espanca

No divino impudor da mocidade, Nesse êxtase pagão que vence a sorte, Num frémito vibrante de ansiedade, Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade… A núvem que arrastou o vento norte… — Meu corpo! Trago nele um vinho forte: Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço… São os dedos do sol quando te abraço, Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos Vão-te envolvendo em círculos dantescos Felinamente, em voluptuosas danças…

Nenhum comentário:

TRANSLATION